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Foto do escritorRodrigo Paiva

Derivativos: investimentos usados para proteção, alavancagem, especulação e arbitragem



Derivativos: eles recebem esse nome porque, na prática, o preço estipulado nada mais é do que um derivado de um ativo negociado no mercado à vista.


Entre os derivativos mais conhecidos, temos as commodities, moedas e as ações.


Trata-se de uma oportunidade de investimento em renda variável, que exige muito conhecimento e risco, cuja principal finalidade é minimizar os riscos causados pelas oscilações de preços dos ativos gerando "hedge" (proteção).


O que é o mercado de derivativos?


No mercado de derivativos, o que se compra e vende, na prática, são direitos.


Seja nos contratos a termo ou no mercado futuro, toda negociação é pautada pelas expectativas de valorização ou não de um determinado produto financeiro.


Dessa forma, transacionar nesse segmento requer uma boa dose de preparo e muita habilidade para detectar tendências ou reversões.


Por isso, embora seja acessível até para traders iniciantes, esse é um ambiente mais indicado para aqueles que já têm alguma experiência em renda variável.


Como funcionam os derivativos?


Imagine, por exemplo, que você acredita que o preço das ações da Petrobras vai cair daqui a três meses.


Com base nessa especulação, você poderia fazer um acordo com quem tem ações dessa companhia, a partir do qual se compromete a comprá-las por esse valor na data acordada.


Se o preço subir, ganha o comprador, que pode revender os papéis com lucro. Se cair, ganha o vendedor, que recebe mais do que o papel vale naquela data.


É assim que os derivativos em geral funcionam.


Em todas as modalidades (que vamos conhecer melhor mais à frente), as transações são referenciadas no futuro, embora em alguns casos elas possam ser liquidadas à vista, no presente.


Assim, quando a data acordada chegar, uma das partes tem acerto na previsão e sai no lucro, enquanto a outra fica com o prejuízo.




Importância do mercado de derivativos


Não fossem os derivativos, todos aqueles que sofrem impactos nas variações dos preços no futuro não teriam qualquer garantia sobre seus respectivos patrimônios.


Ou seja, é uma opção que existe para dar mais segurança aos que negociam certos tipos de produtos e que, por isso, precisam de alguma margem para poder operar.


Um dos melhores exemplos vem do campo, onde se produz para vender só algum tempo depois.


Ao negociar no mercado de derivativos, produtores se protegem contra perdas, o que é bom não só para o segmento, como para a economia como um todo.


Finalidades dos derivativos ou Operações com derivativos


Não por acaso, as operações com esse tipo de instrumento financeiro são comumente usadas como mecanismo de proteção ("hedge"), como veremos mais à frente.


Por outro lado, os derivativos também representam ótimas oportunidades de se lucrar, considerando suas características:

Protegem o valor de compra


Além dos produtores rurais, também recorrem aos derivativos empresas que compram insumos ou fazem pagamentos em moedas estrangeiras.


Elas fazem isso como forma de assegurar o valor de compra do real no futuro, o que lhes dá mais previsibilidade sobre os preços, facilitando o planejamento financeiro.


Ou seja, o mercado de derivativos, nesses e em outros casos, é a única forma que pessoas físicas e jurídicas têm para evitar que as oscilações do câmbio, das taxas e do mercado reduzam seu poder de compra.


A garantia da B3


Por outro lado, seria altamente arriscado operar em um mercado cujos preços são sempre baseados em previsões e especulações.


Nesse aspecto, temos mais uma vantagem para o segmento de derivativos, já que todas as transações são protegidas pela B3, a nossa bolsa de valores.


Permitem ganhos no day trade


Talvez o mercado de derivativos não fosse tão atraente sem a possibilidade de negociar também no "day trade".


Sendo assim, além de servir como mecanismo de proteção, nele, também se pode lucrar no curto prazo, mesclando operações de compra e venda, nas quais o lucro é obtido a partir das suas diferenças.


Quais são os tipos de mercados derivativos?


A possibilidade de negociar ativos da bolsa no mercado futuro abre todo um leque de opções que, por sua vez, tornam os derivativos um pouco mais complexos.


Embora não seja nada assustador, é preciso algum tempo para se familiarizar com as regras, condições e entender onde se pode tirar vantagem em cada operação.


Confira, então, quais são os principais tipos de mercados de derivativos e de que forma se obtém resultados em cada um.


Mercado a termo


Pode-se dizer que o formato clássico dos derivativos é o chamado contrato a termo.


Sua dinâmica é bastante simples: um investidor se compromete a comprar um certo ativo financeiro a um preço pré-estabelecido em uma data fixa.


O mesmo pode ser feito para venda e, portanto, há um compromisso firmado entre duas partes, no qual o negócio só se concretiza quando chega a data de sua liquidação e nos termos contratados.


Mercado futuro


Já nos contratos futuros, as bases das negociações são idênticas às dos contratos a termo, mas com uma diferença fundamental: as posições podem ser liquidadas antes do vencimento, caso as partes assim desejarem.


Isso acontece porque, nessa modalidade, existe o conhecido ajuste diário.


Por ele, os valores dos ativos são recalculados diariamente, podendo assim resultar em perdas ou ganhos para quem transacionar, com descontos e depósitos automáticos em conta.


Mercado de Opções


Uma terceira possibilidade são as opções, alternativa na qual um investidor assume o compromisso de comprar um determinado ativo em uma data específica a um preço fixo.


Nesse caso, quem se coloca como comprador (titular) pode simplesmente não fechar negócio, perdendo apenas o valor pago como prêmio pela operação.


No entanto, se o comprador quiser exercer o seu direito, quem vende (lançador) é obrigado a concretizar o negócio.


Mercado de Swap


Outra possibilidade de lucrar com derivativos é investir em swap (troca, em inglês).


Consiste basicamente em fazer um câmbio entre rentabilidades, tomando como parâmetro um outro ativo financeiro.


Por exemplo: você acredita que o barril de petróleo vai valorizar perante o milho, então, sugere a algum investidor que tenha esse gênero uma operação de swap, em que temos petróleo contra milho.


Se, no vencimento, o milho valorizar, quem o comprou terá lucros, situação contrária a quem comprar petróleo.



Exemplos de derivativos


O mercado de derivativos atrai investidores de diversos perfis porque, além de ser uma alternativa de proteção contra oscilações do mercado, pode ter boa rentabilidade.


Ou seja, ele serve tanto para os que têm o objetivo de controlar perdas quanto para os que pretendem obter lucros.


A seguir, veja em exemplos como cada um desses objetivos pode ser alcançado.


Hedge


Operações do tipo "hedge" (proteção), são, como o nome sugere, uma maneira de blindar ou cercar ativos da ação do mercado.


Como você já viu, isso é feito em geral por produtores rurais e por empresas cujos gastos são em moedas mais fortes, como o dólar, euro ou libra esterlina.


Seria o caso, por exemplo, de um agricultor que plantasse soja em outubro, com colheita prevista para janeiro.


Ele considera que o preço atual de R$ 56,00 por saca é justo pela sua produção, então, vai ao mercado futuro, onde fecha um contrato de venda com vencimento em janeiro da sua produção a esse preço.


Se o preço cair, ele garante o valor desejado.


Se subir, ele compensa a perda no valor da saca com o lucro do contrato futuro.


Especulação


Quem faz especulação tem, em geral, o objetivo de lucrar com a diferença na compra e na venda de contratos de derivativos em um mesmo dia.


Dessa forma, normalmente, são necessárias muitas transações, já que quando se opera no day trade, a margem de lucro em cada operação é reduzida.


Há ainda os que compram derivativos com o objetivo de negociá-los dentro de alguns dias, por acreditarem que podem revendê-los a preços mais altos.


Arbitragem


Quem lucra com arbitragem precisa ter “olhos de lince” já que, nesse tipo de negociação, as oportunidades podem passar muito rápido.


Isso porque, ao arbitrar, espera-se lucrar fazendo transações entre os mercados futuro e à vista.


Embora os preços praticados sejam muito parecidos em ambos, eles nem sempre são iguais, então, quem fica atento a essas diferenças pode lucrar transacionado entre esses mercados.


Um exemplo disso é quando se negocia uma opção sobre ação.


Nesse caso, é possível que o preço futuro para o papel seja diferente do que os investidores do mercado à vista estejam esperando.


Ao perceberem essa discrepância, entram em cena os arbitradores, comprando os ativos antes que os preços voltem ao normal.


Dicas para investir com segurança nos derivativos


Dada a volatilidade do mercado, investir em derivativos implica assumir riscos elevados.


No caso do mercado futuro, por exemplo, onde o ajuste diário modifica os preços dos ativos a cada pregão, pode o investidor sofrer descontos a cada 24 horas.


De qualquer forma, aqui vai um outro alerta: uma coisa é ler sobre o assunto, conhecer seu perfil de investidor e entrar no mercado ciente dos riscos – o que é uma etapa muito importante do aprendizado.


Outra, bem diferente, é operar de fato, sentindo “na pele” a alegria de uma negociação lucrativa ou a dor de um prejuízo nunca desejado.


Por isso, além das dicas a seguir, procure investir o mínimo no começo e apenas uma quantia que não vá fazer falta em seu orçamento – e se mantenha dentro de seu gerenciamento de risco planejado em cada operação efetuada.


Saiba o seu perfil de investidor


O primeiro passo para investir, seja em renda fixa ou variável, é conhecer o próprio perfil de investidor ou de risco.


Isso pode ser feito através do formulário de Perfil de Risco do Investidor, que é moldado nas diretrizes da ANBIMA para definição do perfil adequado, que cada corretora disponibiliza antes de liberar o acesso ao home broker para negociação.


Analise os derivativos ideais para você


Como vimos, existem diversas categorias, nas quais se pode investir no mercado futuro.


Cada uma delas apresenta uma dinâmica e comportamento próprios, sendo algumas mais e outras menos voláteis em certas circunstâncias.


Por isso, não deixe de avaliar qual o derivativo mais adequado utilizando a análise técnica ou análise fundamentalista.




Dedique tempo


Negociar no mercado futuro vai exigir alguma disponibilidade, já que é preciso monitorar as variações nos preços o tempo todo, principalmente em contratos futuros.


Então, se você tem pouco tempo ou não pretende se tornar um especialista, avalie se essa é mesmo a melhor escolha para o seu caso.


Tenha uma estratégia


Se, no mercado à vista, já é preciso estratégia, no futuro, ela é questão de sobrevivência.


Alguns livros sobre derivativos


Para complementar seu aprendizado, vale conferir os livros abaixo.


São verdadeiros guias para quem pretende levar o mercado de derivativos mais a sério:

  • Mercado de Derivativos no Brasil (Octavio Bessada)

  • Derivativos e Renda Fixa: Teoria e Aplicações ao Mercado Brasileiro (José Carlos de Souza Santos e Marcos Eugenio da Silva)

  • Option Volatility and Pricing: Advanced Trading Strategies and Techniques (Sheldon Natenberg)

  • Derivativos e Risco de Mercado (Fabio Giambiagi)

  • Derivativos Financeiros (Mário Pina)

  • Mercados Futuros e Opções (John Hull)

  • Mercados Futuros Agropecuários (João Martines Filho)


Qual é o tamanho deste mercado?


Em matéria de 2018 o Jornal Valor Econômico mostrava a nossa bolsa (B3) em terceiro lugar no ranking da FIA em número de contratos, conforme figura abaixo.





Qual é a tributação sobre derivativos?


Diferentemente do que ocorre nas aplicações financeiras em títulos de Renda Fixa e Fundos de Investimento, que têm o IR retido na fonte pela instituição distribuidora, nas operações com Renda Variável, a apuração e o recolhimento do IR devem ser feitos pelo próprio investidor, até o último dia útil do mês subsequente à operação que realizou lucro.


A base de cálculo para incidência da alíquota de IR será dada pela diferença (se positiva) entre o preço de venda e o preço de compra do ativo, acrescido dos custos e despesas da operação, como, por exemplo, taxas de corretagem e emolumentos:

  • Base de Cálculo = Valor da Venda – (Valor da Compra + Custos + Despesas).

  • A alíquota de IR que incidirá sobre a base de cálculo depende da natureza da operação: – 15% para quaisquer operações normais – Mercado à Vista, a Termo, Aluguel de Ações, Opções, Futuros; e – 20% para quaisquer operações Day Trade.

O recolhimento do imposto devido deverá ocorrer até o último dia útil do mês subsequente à realização das operações, através da emissão e pagamento do DARF – Documento de Arrecadação de Receitas Federais.


Quando da operação vai existir o chamado IR "dedo duro" descontado na fonte com alíquota de 0,005% no valor da venda ou de 1% para operações de Day-Trade.


O DARF deverá ser emitido pelo próprio investidor, diretamente no site da Receita Federal, informando o código 6015 – Ganhos Líquidos em Operações em Bolsa.


Nos quadros a seguir apresentamos a tributação incidente nos principais tipos de derivativos:




Um investimento de risco que exige conhecimento


Como todo ativo de renda variável, no investimento em derivativos há riscos que precisam ser considerados.


Antes de investir você deve se informar muito bem a fim de minimizar as perdas e maximizar os seus ganhos.


Dessa maneira, investindo em educação financeira, você também desenvolve o controle emocional necessário para realizar operações de alto risco.


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