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Poupança: onde os brasileiros deixam depositado mais de R$ 1 trilhão!

Atualizado: 27 de jun. de 2021


Ou mais exatamente R$ 1.035.628.000.000,00! Este é o saldo das contas de poupança dos brasileiros no final de 2020, segundo o Banco Central do Brasil (série 7836).

A poupança é a mais tradicional forma de investimento dos brasileiros, mas tem sido uma das piores aplicações em termos de rendimentos. Apesar disto, eram mais de 164 milhões de contas no final de 2019 (Fonte BC, série 25104).


Conforme figura acima, em 2020, ela perdeu novamente da inflação e somente se saiu melhor do que o IBOVESPA. A rentabilidade do CDI de 2,76%, mesmo descontando o IR na alíquota mais alta, ainda assim seria mais rentável que a poupança, que é isenta de IR para pessoas físicas.



A poupança é uma aplicação de renda fixa simples e acessível. Até menores de idade podem ter uma conta em seu nome, desde que sejam representados ou assistidos pelo pai, mãe ou responsável legal.

Para ter acesso, basta escolher um banco de sua preferência, apresentar os documentos de identificação necessários para a abertura da conta e aguardar a aprovação.

Vale destacar que a rentabilidade da poupança é a mesma em qualquer instituição. Portanto, a escolha do banco não vai influenciar no retorno do investimento.

Conheça aqui os detalhes sobre o funcionamento da poupança:

Tributação


Um ponto a favor da poupança é o fato de ser isenta do imposto de renda para pessoas físicas. Também não podem ser cobradas tarifas de abertura ou de manutenção, taxas de administração ou de performance. Importante: a isenção somente é válida para pessoas físicas! Pessoas jurídicas têm os rendimentos tributados a 22,5%.


Liquidez


A facilidade para resgatar uma aplicação é um dos principais atrativos da poupança. Essa é uma tradução possível para o conceito de liquidez – que, no caso da caderneta, é elevada. Ao solicitar um resgate, os recursos caem na conta corrente no mesmo momento, de maneira simples e nada burocrática.

Na prática, costuma-se dizer que a poupança tem liquidez diária, exatamente porque os resgates podem ser realizados a qualquer momento, sem complicação.

O problema é que ao resgatar fora da data de aniversário você perde a rentabilidade do valor sacado.

Aniversário da Poupança


Embora tenha liquidez diária, a rentabilização do investimento na poupança funciona de um jeito diferente. A remuneração da caderneta é creditada mensalmente apenas na sua data de “aniversário”, que é o dia do mês em que o depósito foi feito. Assim, uma aplicação realizada no dia 10 de um determinado mês só fará jus à remuneração exatamente no dia 10 do mês seguinte. Se resgatar o dinheiro no dia 9, perde-se todo o retorno do período.

Esse modelo de remuneração é muito diferente do adotado em outros produtos de renda fixa. Em aplicações em fundos de investimento ou nos CDBs, por exemplo, a rentabilidade costuma ser apresentada como uma taxa mensal ou anual, mas ela é creditada todos os dias para o investidor. Mesmo que resgate o dinheiro no meio do mês, ele recebe a remuneração proporcional ao período em que manteve a aplicação.

Segurança


A poupança conta com a proteção do FGC – o Fundo Garantidor de Créditos, mantido pelas instituições financeiras. O FGC assegura que, em caso de calote ou quebra do banco, quem tem dinheiro aplicado na caderneta receberá de volta até R$ 250 mil.

Importante lembrar que a garantia do FGC é por CPF e por instituição financeira. Portanto, se um investidor tiver uma poupança e também aplicações em CDBs de um banco que apresentar problemas, a garantia de R$ 250 mil valerá para todas elas somadas.

Porque os bancos facilitam os investimentos em poupança?


A poupança é uma forma dos bancos captarem recursos baratos no mercado, sendo que 65% dos recursos aplicados na caderneta precisam ser obrigatoriamente destinados ao mercado imobiliário. Ou seja, a maior parte do dinheiro que você guarda na poupança só pode ser usado pelos bancos para conceder financiamentos a quem quer comprar um imóvel próprio.


Qual é o rendimento da poupança?


A regra de rendimento da poupança foi a mesma durante tanto tempo que muita gente ainda não sabe que ela mudou alguns anos atrás. Ela já oferecia juros de 6% ao ano quando foi criada, no século 19, pelo imperador Dom Pedro II. Por isso, ainda há quem acredite que a remuneração é sempre de 0,5% ao mês, mais a variação da Taxa Referencial (TR).

As regras de remuneração da caderneta mudaram em 2012. Elas valem para todos os bancos, o que significa que você receberá sempre o mesmo na poupança, não importa onde. Desde então, foi estabelecido um gatilho que altera o rendimento conforme o patamar em que se encontra a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Basicamente, funciona assim:


  • Se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês mais a variação da TR;

  • Se a Selic estiver igual a ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será equivalente a 70% da Selic mais a variação da TR.


Essa regra vale para os depósitos feitos a partir do dia 4 de maio de 2012, quando as novas regras passaram a valer. Quem mantém poupanças anteriores a essa data continua recebendo rendimentos como antigamente: 0,5% ao mês mais a variação da TR.

A Selic alcançou 8,5% ao ano pela primeira vez em maio de 2012 e permaneceu abaixo desse patamar até agosto de 2013, quando os juros voltaram a subir. A partir de setembro de 2017 a barreira dos 8,5% ao ano foi novamente rompida, fazendo o rendimento da poupança despencar.

A rentabilidade da caderneta também está sendo prejudicada pela TR. A Taxa Referencial é calculada a partir das médias das taxas dos CDBs prefixados, emitidos por 30 instituições financeiras. Só que mudanças recentes na fórmula posicionaram a TR em zero desde setembro de 2017.

Como funciona a poupança para pessoa jurídica?

Nas empresas sem fins lucrativos, não ocorre a cobrança do imposto de renda. Já nas empresas com fins lucrativos incide atualmente uma alíquota de 22,5% sobre o rendimento.

Ou seja, o rendimento líquido será ainda menor! Além disso, o crédito dos rendimentos é feito a cada 90 (noventa) dias!


Da mesma forma que para pessoas físicas, as pessoas jurídicas também têm a proteção do fundo garantidor de até R$ 250 mil por CNPJ.

Como a inflação afeta a caderneta e o seu bolso

A poupança está rendendo menos a cada ano. Isso é um problema para os investidores que mantêm todos os recursos aplicados na caderneta. E não é apenas uma questão de ganhar menos do que já se ganhou no passado. A redução da rentabilidade da poupança pode acabar levando a uma perda real de poder de compra.

Vamos entender as razões. Os preços dos produtos e serviços na economia oscilam com o tempo – e o resultado disso é a inflação, que corrói o valor do dinheiro. Proteger as economias da inflação, aliás, é uma das razões para as pessoas investirem no mercado financeiro.

O problema é que investimentos como a poupança estão oferecendo rendimentos tão baixos que estão cada vez mais próximos da inflação – em alguns momentos, até abaixo dela, como foi o caso do ano passado.



Vale a pena investir em poupança?


A resposta é não! Para pessoas jurídicas é ainda pior e não vale a pena de forma alguma!

Para proteger o seu dinheiro da inflação, a melhor alternativa, correndo menos risco, é o Tesouro Direto, que tem oferecido aplicações com IPCA+ 3.75% a.a., ou seja, você tem a garantia de que o seu dinheiro estará rendendo acima da inflação, medida pelo IPCA.


Vantagens e desvantagens da poupança quando comparada a aplicações no Tesouro Direto:

Listamos:

  • Tesouro Direto terá sempre ganho real se a aplicação permanecer no prazo contratado;

  • No caso de saque antecipado o ganho pode ser menor ou maior do que o contratado, podendo haver perdas;

  • Se houver resgate na poupança antes do dia do aniversário todo o rendimento será perdido;

  • Aplicar e resgatar em tesouro direto está tão fácil quanto aplicar e resgatar em poupança;

  • Muitos bancos criam uma conta poupança atrelada a sua conta corrente e mandam para lá os recursos da sua conta. Fique atento!

  • Poupança tem garantia do FGC até R$ 250 mil, no Tesouro Direto a garantia já é do próprio Governo!

Vamos usar a calculadora do cidadão do Banco Central e comparar os rendimentos de 01/01/2016 a 31/12/2020:


Agora em um período mais longo (01/01/2010 a 31/12/2020) e considerando a regra da poupança antiga:


Nestas duas simulações a poupança venceu a inflação (IPCA), entretanto como vimos no início deste artigo, com uma SELIC baixa, a nova poupança não consegue mais bater a inflação. As aplicações no Tesouro Direto podem render a inflação + juros reais e são tributadas no longo prazo em 15% de IR, portanto valem mais a pena que a poupança!


Links úteis:


1. Tesouro Direto




2. Banco Central do Brasil (Sistema Gerenciador de Séries Temporais):



3. Calculadora do Cidadão:



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