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Vale a pena investir em Tesouro Direto?

Atualizado: 13 de abr. de 2021


Nesta edição vamos falar sobre o Tesouro Direto, uma plataforma de investimento que permite aplicações em renda fixa.

Muita gente não sabe, mas quando se aplica através do Tesouro Direto na verdade você está emprestando o seu dinheiro para o governo que vai lhe remunerar de acordo com a taxa contratada quando da aplicação.

Em janeiro deste ano a dívida pública brasileira passava de R$ 5.059,37 bilhões.


Destes, R$ 62,51 bilhões de reais, ou apenas 1,2%, foram tomados emprestados pelo Governo através do Tesouro Direto.



E aí vem uma curiosidade: com quem estaria a dívida brasileira (DPMFi)? A resposta está no quadro abaixo.


Vejam vocês uma das razões da plataforma ter no nome: "direto". Muitos dos brasileiros têm aplicações em fundos que por sua vez aplicam nos títulos do Governo, isto é prejudicial para os investidores porque os bancos cobram taxas de administração nestes fundos. Portanto investir de forma direta nos títulos do Governo pode ser vantajoso.

Os bancos esconderam durante muito tempo este tipo de investimento de seus clientes e aparentemente tem dado certo pois ainda temos 24,4% da dívida pública sendo bancada pelos Fundos de Investimento e apenas 1,2% bancados de forma direta (através do Tesouro Direto).


O que é o Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é uma plataforma do Tesouro Nacional desenvolvida em parceria com a B3 (a bolsa de valores brasileira) para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, de forma 100% online e direta.

Lançado em 2002, o Programa surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos, permitindo hoje, aplicações a partir R$ 32,00.

O Tesouro Direto é uma alternativa de investimento pois oferece títulos com diferentes tipos de rentabilidade (prefixada, ligada à variação da inflação ou à variação da taxa de juros básica da economia - Selic), diferentes prazos de vencimento e também diferentes fluxos de remuneração.

Quais são as características dos títulos negociados?

A seguir detalhamos os três tipos de títulos negociados:

TESOURO SELIC


Os títulos Tesouro Selic são títulos pós-fixados que possuem rentabilidade atrelada à Taxa Selic (eram chamados de LFT). A Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia. É o investimento ideal para quem quer começar a investir no Tesouro Direto.

Vantagens

  • Ideal para reserva de emergência

  • Indicado para objetivos de curto prazo

  • Dentre os títulos, é aquele que possui o menor risco em caso de venda antecipada

Conforme pode ser observado ao aplicar no título Tesouro Selic 2024 o Tesouro Nacional vai lhe pagar a correção da Selic + 0,187% a.a. em 01/09/2024. Esta é a condição vigente hoje.


TESOURO IPCA


A rentabilidade desse título está atrelada à inflação, medida pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA (eram chamados de NTNB). Ou seja, esses títulos oferecem rendimento igual à variação da inflação mais uma taxa prefixada de juros. Alguns deles pagam os juros semestralmente.

Vantagens

  • Garante uma rentabilidade sempre acima de inflação

  • Ideal para investimentos de longo prazo

  • Te protege das variações da inflação

Desvantagem

  • Com a marcação a mercado, pode haver perda se o resgate tiver que ser antecipado.

A maior taxa ofertada nesta data pelo Tesouro é de IPCA + 4,42% a.a. para títulos com vencimento em 15/05/2055.

PREFIXADOS

Os títulos prefixados são aqueles que têm taxa de juros fixa, ou seja, você já conhece no momento do investimento (eram chamados de LTN). É o investimento ideal para quem quer saber exatamente o valor que receberá ao final da aplicação, no vencimento do título.

Vantagens

  • Garante uma rentabilidade fixa;

  • Você sabe exatamente quanto vai resgatar no final;

  • Ideal para metas de médio e longo prazo.

Desvantagem

  • Com a marcação a mercado, pode haver perda se o resgate tiver que ser antecipado.

  • Se a inflação aumentar as perdas podem ser ainda maiores.

A maior taxa oferecida pelo Tesouro é hoje de 9,28% a.a. para títulos com vencimento em 01/01/2031.


Como investir e quais são as taxas envolvidas?

Para investir no tesouro direto você precisa de uma conta em uma corretora de valores. Vários bancos no Brasil tem as suas corretoras associadas. Fique atento na hora de escolher sua corretora, pois muitas já oferecem taxa zero para administrar os seus títulos.

Taxa de administração


A taxa de administração é um valor cobrado pela corretora em cima dos títulos aplicados. Ela é destinada para cobrir despesas referentes à abertura da conta, transferência de valores e intermediação nas negociações.

É importante destacar que a taxa de administração não é obrigatória. Cada corretora define a sua própria alíquota que pode ser cobrada no momento da criação da conta. No ano seguinte, são cobradas no dia 1º de janeiro e 1º dia de julho.

No entanto, hoje em dia a maioria das corretoras isentam essa tarifa ou oferecem promoções para atrair novos investidores. O site do Tesouro Nacional disponibiliza uma lista com os valores cobrados pelas corretoras.

Taxa de Custódia

Também existe a taxa de custódia no valor de 0,25% ao ano sob o valor das aplicações, pago a B3. Ela é cobrada semestralmente, mas pode ser paga antecipadamente no vencimento do título, resgate antecipado e pagamento de juros semestrais.

O Tesouro Direto é seguro?

O Tesouro Direto é um dos investimentos mais seguros do mercado, já que a garantia é oferecida pelo Governo Federal, emissor dos títulos. Ou seja, além de render, você tem a tranquilidade de que seu dinheiro estará seguro.

O que é marcação a mercado?

Marcação a mercado de um título significa atribuir o valor do título na data atual, mesmo que ele só tenha vencimento numa data futura.

“Qual seria o valor de um determinado título que um investidor possui se ele resolvesse vendê-lo imediatamente?” Isso é marcação a mercado!

Isso significa que entre o dia que você compra o título e a data de vencimento, o valor do título varia de acordo com o mercado porque todos os dias, milhares de investidores negociam seus títulos públicos (e privados) no mercado. Para isso, também observam os movimentos de queda ou de alta nas taxas de juros.

A marcação a mercado acontece tanto para títulos prefixados quanto para títulos pós-fixados. A diferença é que no prefixado tende a ter mais volatilidade. De maneira geral, os títulos têm o preço unitário e a rentabilidade.

Por exemplo, suponhamos que você comprou um título com 10% de rentabilidade.

Por ser um título de renda fixa, caso você leve o seu título até o vencimento, a sua rentabilidade será de 10%.

Mas vamos supor que você queira vender antecipadamente, quanto você vai receber por ele?

Depende das condições de mercado!

Se você comprou a 10% e agora a taxa está a 5%, seu título é um verdadeiro tesouro.

Com isso, ele vai estar mais valorizado do que o normal e rendendo no período, mais de 10% por marcação a mercado.

Agora em um outro cenário, se você tiver que vender esse título de rentabilidade 10% num cenário onde os títulos estão sendo negociados a 20%, o seu título se desvalorizou, porque existem títulos muito mais atrativos, com rentabilidade mais alta.

Nesse caso, o seu título, por marcação a mercado vai estar rendendo menos que 10% (podendo inclusive, estar rendendo negativo).

Além disso, se a taxa de juros da economia sobe e o governo passa a remunerar melhor seus títulos, então a tendência é que o preço unitário caia. Já quando a taxa de juros da economia cai, então o preço unitário do título sobe.

Por que isso importa? Como você pode perceber, com o passar do tempo, o rendimento de títulos pode variar de forma positiva ou negativa, isso por conta da marcação de mercado.

A marcação de mercado permite que você saiba o valor que receberia hoje caso optasse em vender o título.

Isso só vale se você tiver interesse em vender antecipadamente o seu título atrelado ao IPCA ou prefixado.


Fica a ressalva: se o título for levado até o vencimento, a rentabilidade será a acordada no momento da compra. Caso ele seja resgatado antes, o valor é definido pelo mercado.


Posso perder dinheiro (ou ganhar mais do que o esperado) com o Tesouro Direto?

A rentabilidade dos títulos é garantida apenas no vencimento! Se você negociar os papéis atrelados à inflação ou prefixados antes da data final, vai notar, provavelmente, uma diferença em seu valor.

Nesse caso, você pode obter um lucro ou um prejuízo inesperado.

Para evitar surpresas, se você não pretende carregar o título até o vencimento, prefira os títulos Tesouro Selic, que remuneram de acordo com a taxa básica de juros e não sofrem marcação a mercado.

A falta de um colchão de liquidez, ou seja, de reservas imediatas, é um dos motivos mais comuns para o resgate antecipado dos títulos.

Para criar essa reserva técnica, some seus gastos mensais e separe o equivalente a, pelo menos, seis meses de custo de vida.

Esse dinheiro deve ser destinado a aplicações altamente líquidas, como Fundos DI, CDBs com liquidez diária, LCIs/LCAs de curto prazo e títulos Tesouro Selic.

No exemplo abaixo temos um título (Tesouro IPCA+ 2026) contratado a IPCA + 5,23% em 25/08/2017 e que hoje tem uma rentabilidade acumulada de IPCA+12,86%. Isto porque a taxa de juros caiu nos últimos anos. Se vendermos agora teremos este ganho adicional de 7,63%. Lembrando que se for aplicar hoje a maior taxa que conseguimos é IPCA + 4,42%, menos do que o contratado originalmente!

Abaixo o gráfico com a evolução do juros neste título no último ano:

Quais impostos incidem nos rendimentos das aplicações no Tesouro Direto?

Sobre os ganhos com as aplicações em Títulos do Tesouro incide IOF e Imposto de Renda, ambos com alíquota regressiva. Ou seja, quanto maior for o período de resgate, menor será o percentual do imposto sobre a rentabilidade. Esse tipo de tributação é aplicado em todas as aplicações de renda fixa.

IOF

O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Tesouro Direto é cobrado apenas naquelas aplicações que foram resgatadas antes de 30 dias. Ou seja, o investidor que retira o seu montante em 15 dias, por exemplo, precisa pagar o IOF.

As taxas do IOF são regressivas e reduzem gradualmente a cada dia. Para tornar isso mais claro, no 1º dia é cobrada uma taxa de 96% , no 15º dia 50% e no 30º dia a alíquota é zero.

O objetivo é fazer com que o investidor mantenha suas aplicações por mais tempo, desestimulando os investimentos em curto prazo. Assim, para evitar gastos e ter uma boa rentabilidade no Tesouro, vale a pena se planejar para resgatar as aplicações após os 30 primeiros dias da aplicação.

Por isso, é importante fazer um bom planejamento financeiro antes de investir no Tesouro.

IR

Os investimentos feitos através do Tesouro Direto tem Imposto de Renda que incide sobre os rendimentos. O custo da alíquota é contado a partir do dia da compra e é recolhido direto da fonte. Na prática, o Imposto de Renda é descontado quando a aplicação vence, é feito o resgate antecipado ou no recebimento dos juros a cada seis meses.

A alíquota mínima cobrada pelo IR é de 15% para resgates acima de 720 dias, diferente do IOF que tem isenção após 30 dias da aplicação. A tributação do Tesouro Direto segue a tabela regressiva do IR:

  • Até 180 dias : 22,5%;

  • Até 360 dias : 20%;

  • Até 720 dias : 17,5%;

  • Acima de 720 dias : 15%.

Para evitar o pagamento de uma taxa alta do IR, prefira aplicar o dinheiro por um longo período de tempo. Lembre-se que assim você paga uma taxa mais baixa e obtém um rendimento maior.

Quem são os investidores que utilizam a plataforma do Tesouro Direto?

Na tabela abaixo você encontra o perfil dos investidores da plataforma. Estamos chegando a quase 10 milhões de investidores!

Links úteis:




Relatório Mensal da Dívida Pública Federal Jan/21: https://sisweb.tesouro.gov.br/apex/f?p=2501:9::::9:P9_ID_PUBLICACAO:37530


Como ganhar com a marcação a mercado: https://andrebona.com.br/como-especular-no-tesouro-direto/







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