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É possível viver de renda da Bolsa?

Atualizado: 22 de nov. de 2021



Muita gente se pergunta se dá para viver dos rendimentos de investimentos na Bolsa! Nesta [2a.INVEST] vamos falas sobre proventos, mais conhecidos como dividendos, que são os rendimentos produzidos pelos seus investimentos na Bolsa de Valores: seja em ações, fundos imobiliários, fundos de infraestrutura ou BDR.


O que são dividendos?


Dividendos são parte do lucro líquido ajustado de uma empresa dividido entre os acionistas.


Quando você compra ações de uma empresa, você passa a ser “sócio” do negócio – ou, seja passa a ser acionista da empresa.


Como acionista, você ganha o direito de receber parte do lucro líquido da empresa de acordo com a quantidade de ações que possui. Essa distribuição acontece por meio dos dividendos e é uma forma de remunerar os investidores.

Por que empresas pagam dividendos?


No Brasil, de acordo com a lei das SA's de 1976 (Lei nº 6.404), as empresas listadas na Bolsa de Valores que tiverem lucro líquido devem distribuir uma porcentagem dele entre os acionistas.


Segundo o artigo 202 da Lei das SA's, é o estatuto social da empresa que define o percentual dos lucros que deve ser destinado ao dividendo obrigatório, portanto cada empresa tem a liberdade de definir o percentual a ser distribuído.


Por isso, é possível que uma empresa distribua apenas 1% do lucro líquido ajustado, desde que isso esteja no estatuto. Caso a empresa não deixe essa porcentagem clara, entretanto, ela é obrigada a pagar 50% do lucro líquido após ajustes.


No Brasil o mais comum é a distribuição de 25% do lucro líquido ajustado entre os acionistas para tornar seus papeis mais atrativos.


No caso das BDR's, ações de empresas listadas em outros países a regra de dividendos que se aplica é a do país onde a empresa é listada.


E os Fundos Imobiliários (FIIs)?


A lei que rege os Fundos Imobiliários no país (Lei 11.196 de 2005) obriga a distribuição de 95% do resultado semestral aos cotistas, sendo que no caso de pessoas físicas os rendimentos são isentos de imposto de renda. Normalmente os fundos imobiliários fazem a distribuição mensal do resultado.


Quais são os tipos de proventos?


Quem investe na bolsa pode receber parte do lucro e rendimentos produzidos pelas empresas e/ou fundos nas seguintes formas:


Em dinheiro


Neste caso você recebe um valor exato por cada ação que possui ou em percentual (3% do valor da ação, por exemplo). Esse dinheiro, inclusive, pode ser utilizado para comprar mais ações da empresa.


Os rendimentos mensais dos FIIs são sempre creditados em dinheiro.


Em ações


Quem recebe dividendos em ações ganha um número específico de papéis daquela empresa de acordo com a quantidade que ela já possui.


Dividendo Especial


No caso dos dividendos especiais, o pagamento é um ponto fora da curva na agenda de dividendos – por isso também é mais raro de acontecer.


Entre os motivos para isso, estão a empresa registrar aumento considerável de caixa depois de vender parte do negócio ou por mudanças na regulamentação.


Juros sobre Capital Próprio (JCP)


É um tipo de provento muito parecido com os dividendos, mas, neste caso, o investidor arca com 15% do Imposto de Renda retido na fonte.


No caso do JCP a empresa tem isenção fiscal sobre os dividendos e pode distribuir uma quantidade maior do lucro.


Direitos de subscrição


Quando uma empresa decide emitir mais ações ela pode dar aos acionistas o direito de subscrição – que nada mais é que o direito de comprar novas ações antes do mercado, às vezes por um valor abaixo do que esta sendo comercializado.


O mesmo vale para os FII's, direitos a subscrição são comuns de serem promovidos pelos gestores destes fundos e podem ser uma oportunidade interessante para aumentar a sua participação no fundo. Veja nosso artigo com dicas sobre FII's!


Alguns termos importantes, para que você possa ficar atento:


Data de Declaração


Na Data de Declaração, o Conselho de Administração da companhia anuncia os dividendos e informa o valor que será distribuído, a data de registro e a data de pagamento.


Depois de fazer a declaração, a empresa tem a obrigação legal de distribuir parte de seu lucro entre os acionistas.


Data Ex-Dividendo e Data Com


Depois que a empresa anuncia os dividendos, vem a Data Ex-Dividendo (também chamada de Data-Ex). Ela serve para organizar quem vai receber parte dos lucros, conforme anunciado pela companhia.


Quem compra ações antes da data-ex, recebe os dividendos. Já quem compra depois perde esse direito.


Normalmente, esse dia acontece dois dias antes da data de registro – mas pode variar nos casos em que o pagamento é feito de outra forma que não dinheiro.


Outros preferem usar a Data Com, ou seja a data em que a aquisição e/ou posse garante o pagamento do dividendo.


Data de Registro


A Data de Registro é o dia em que as empresas listam quem são os acionistas que receberão dividendos. Além disso, também é definido quem receberá procurações, relatórios financeiros e outras informações necessárias para a distribuição de dividendos.


Data de Pagamento


É o dia determinado pela empresa para que os acionistas recebam os dividendos.


Índice de Cobertura de Dividendos


O Índice de Cobertura de Dividendos é a relação entre o lucro líquido de uma empresa e os dividendos pagos aos acionistas e é calculado por meio da divisão do lucro total da companhia pelo valor do dividendo por ação.


Dessa forma, os investidores podem avaliar com mais facilidade a capacidade da empresa em pagar dividendos.


Plano de Reinvestimento dos Dividendos (PRD)


Quanto ao Plano de Reinvestimento dos Dividendos (também conhecido como PRD), é uma forma que as empresas disponibilizam para que os acionistas possam reinvestir automaticamente os dividendos pagos em dinheiro em novas ações da companhia.


Muitas vezes, as empresas que oferecem o PRD permitem que a compra seja realizada com descontos e sem comissões.


O que é uma carteira de dividendos?


Assim como um investidor monta uma carteira de investimentos, quem deseja investir em ações que pagam dividendos também deve criar uma carteira com empresas diferentes.


Por isso, a carteira de dividendos nada mais é do que um conjunto de ações de companhias diferentes que pagam bons dividendos – aumentando as chances de resultados interessantes no médio e longo prazo.


Para construir essa carteira, é importante considerar alguns fatores:


  • Dividend Yield: o dividendo anual de uma ação dividido por seu preço atual;

  • Valor da ação: quanto o papel de uma empresa custa;

  • Saúde financeira da empresa: os resultados de uma companhia ao longo do tempo, indicando se os negócios vão bem ou não;

  • Gestão da companhia: como a empresa está organizada, se os gestores estão fazendo um bom trabalho, se existem polêmicas envolvendo a organização, dentre diversos outros fatores.


O Dividend Yield


O Dividend Yield (DY) é usado para calcular o dividendo anual de uma ação dividido por seu preço atual.

Caso os papeis de uma companhia estejam sendo negociados a R$60 e ela vá pagar um dividendo anual de R$4 por papel, o Dividend Yield seria: R$4 (dividendo anual por ação) / R$60 (preço atual da ação) = 6,67%.

Essa conta existe para mostrar quanto está sendo pago de dividendos em relação ao valor da ação, ajudando o investidor a escolher onde colocar o dinheiro.

O que é uma agenda de dividendos?

Para que um acionista consiga acompanhar as empresas que pagam dividendos, existe a agenda de dividendos: um conjunto de previsões que devem ser seguidas de perto pelos investidores.

E quanto aos impostos?

A grande vantagem ao receber proventos é a isenção de imposto de renda nos dividendos e rendimentos de FII's para pessoas físicas. Já no caso de recebimento de Juros Sobre Capital Próprio (JCP) a tributação é feita na fonte, com a alíquota de 15%, sendo que você já recebe o valor liquido em sua conta corrente.


Atenção especial deve ser dada a quem tem investimentos em BDRs!


No caso dos BDRs, os dividendos são tributados no país em que os papéis estão lastreados. Por exemplo: Se o investidor adquire um BDR da Apple (AAPL34) e a empresa paga dividendos, este valor será tributado de acordo com a lei americana, ou seja, 30% será retido para o governo dos EUA.


Os dividendos recebidos em moeda estrangeira, como o dólar por exemplo, são convertidos depois em reais com a retenção de uma taxa média de 3% (Banco B3) a 5% (Banco Itaú e Bradesco) do valor total como forma de remuneração à instituição depositária, que faz toda a intermediação do pagamento, repassando o valor direto na sua conta com as taxas descontadas.


Além disso, o recebimento de dividendos é tributado de acordo com a tabela progressiva do imposto de renda (0% até 27,5%), sendo o investidor o responsável pelo recolhimento até o último dia útil do mês subsequente através do Carnê Leão.


Onde consultar os proventos a serem recebidos?


No site da B3 temos o Canal Eletrônico do Investidor onde você pode consultar a relação de proventos a serem recebidos por você:



Dá para viver de dividendos?

Existem muitas promessas na internet de que os dividendos podem deixar investidores ricos e/ou ajudá-los a alcançar a independência financeira.


Isto somente pode vir a ser verdade se você tiver conhecimentos suficientes para operar uma carteira eficiente de dividendos e FII's.


Como os dividendos são parte do lucro líquido dividido entre os acionistas, o valor por ação acaba sendo baixo. Isso significa que, para fazer um bom dinheiro a partir disso, é necessário ter uma quantidade grande de ações – o que não é a realidade de muitos investidores.

Além disso, é comum os dividendos serem pagos anualmente, ou semestralmente, ou ainda sem periodicidade definida! Por isso, é mais fácil enriquecer com o valorização das ações do que com dividendos.


Vamos a um exemplo! Abaixo temos os dados da ação da Taesa (TAEE11) uma das empresas melhores pagadoras de dividendos da B3 com DY = 12,32%.


Para que possamos ter um rendimento mensal equivalente de R$ 3 mil seria necessário possuir 7.989 ações, ou seja R$ 292.237,60 investidos na empresa.


Lembrando que o investimento em ações é um investimento de risco, que as ações podem cair ou subir! Além disto, para medir o sucesso do seu investimento é preciso sempre comparar com os indicadores de inflação, de forma a garantir que o seu poder de compra esteja garantido.

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